Audio transcription:

Fala, pessoal! Tudo bem?

Bem-vindos ao Uncle Brazil Podcast. Aqui é o melhor lugar para praticar português e para conhecer um pouco mais sobre esse mundo chamado Brasil.

O link para a transcrição desta entrevista está aqui na descrição do episódio.

– Pessoal, hoje eu vou conversar com a Laylla. A Laylla também é professora de português para estrangeiros e fundadora do projeto “Portuguesing” Bem-vinda Laylla. É um prazer ter você aqui. Fala um pouquinho de você e do seu projeto para gente, por favor.

– oi, oi! Bem… primeiramente, obrigada pelo convite, agradeço bastante e o meu projeto é para falantes que não falam português, né? Pessoas que não falam a língua portuguesa e eu iniciei minha profissão como professora de língua inglesa e me desafiei na Europa a fim de encontrar novos horizontes por aqui. Então, eu iniciei as atividades com professora de língua portuguesa para os europeus.

– Que legal! Então o seu projeto “Portuguesing”.., eu acompanho também, você cria conteúdo no Instagram, correto?! Sobre português para estrangeiros e através desse projeto você consegue alunos.

– Correto, exatamente. Dessa forma eu consigo atingir não falantes tanto americanos quando europeus, asiáticos… e e eles identificam um pouco como meu conteúdo.

– Ah, que legal. A maior parte dos seus alunos você diria que é de onde?

– A maioria são belgas, italianos e um pouco de americanos.

–  que legal, que legal. E mesmo com os Belgas e italianos… aqueles que não falam português, né, os iniciantes, você se comunica em inglês com eles?

– Eu me comunico sempre em inglês com eles. Os italianos nem tanto porque eles compreendem bem a nossa língua, né? E eles gostam que eu fale muito mais em português com eles porque é um idioma similar.

– Entendi. E eu acho que isso é um grande desafio para nós professores, né?! Porque a gente ensina o idioma que já é difícil, né? O português é complicado, tem muitas regras e ensinar isso em outro idioma, né? Em inglês, por exemplo, se torna um desafio maior ainda, né?

– Sim, porque nem a tradução pro inglês é a mesma como a gente entende em

português. A mesma frase nem sempre vai ser a mesma… então eu às vezes consulto amigos nativos da língua inglesa para falar assim… confirma uma coisa aqui para mim, por favor! E como eu disse nem sempre é a mesma coisa

– Legal. Então, Laylla. Conclusão: estamos de parabéns, né? Estamos fazendo um trabalho muito legal em espalhar o português e a cultura brasileira para o mundo, né? Eu acho que é isso que a gente faz, né?

– Sim, sim. É um desafio e ao mesmo tempo eu acredito que o português ele tá se tornando mais interessante, né? Eu moro hoje em Lisboa mas eu tenho alunos aqui de diversos países que eles se interessam em aprender. Eles são locais, eles moram aqui mas ele se interessam em aprender o português brasileiro do que o português europeu.

– Legal!

– Acho que é um ponto pra nós. Eles almejam um dia conhecer o Brasil, mas eles acham a nossa cultura muito mais apetitosa do que a portuguesa.

– Legal. Bom saber disso. Parabéns pelo trabalho, Laylla. Pessoal, a Laylla é de São Paulo eu sou do Rio de Janeiro, ou seja, a Laylla é paulista e eu sou carioca. Então a gente resolveu trazer hoje para vocês algumas diferenças entre as nossas culturas. Diferenças de hábitos de sotaque e até de palavras. Então, Laylla, eu queria começar essa parte com você falando um pouquinho sobre o que o estrangeiro pode encontrar em São Paulo. O que você sugere

para os estrangeiros conhecerem?

– Essa é uma Boa pergunta porque você pode encontrar de atividades gratuitas a não. Das gratuitas eu iria para o Parque Ibirapuera, passaria ali o dia, encontraria vários museus, várias atividades gratuitas, subiria para Paulista que é uma avenida que você também encontra diversos museus e outras atividades internacionais.

É uma região Cosmopolitana e dali você pode ir para Vila Madalena

onde você encontra muitos bares então em São Paulo, além dos 13 milhões de

habitantes que faz parte, você pode encontrar de tudo um pouco tanto de um

estilo mais Street Style, né?! Como mais refinado. Você vai pro Jardins, por exemplo, mas do outro lado da Augusta, que é o Jardins, você encontra um estilo mais descolado. Então, como seria aí no Rio de Janeiro? Me conta porque nós não temos praia aqui! Mas tem bares e tem happy hours.

– Isso. Eu diria que a principal diferença entre Rio e São Paulo é justamente essa, né?! É a praia! Então, a gente tendo praia eu acredito que a nossa cultura seja mais forte durante o dia, né? Aqui o movimento da cidade é muito diurno, ou seja, durante o dia. Então é muito em torno das praias, aqui tem a floresta da Tijuca que é, se eu não me engano, a maior Floresta urbana do mundo. Então tem várias trilhas, cachoeiras. Então eu, por exemplo, o meu estilo de vida é aproveitar mais o dia e noite eu não sou muito de sair. E eu sinto que em São Paulo Talvez seja um pouco diferente, né?! É… a vida noturna, ou seja, a vida na parte da noite que é mais movimentada. Tanto é que São Paulo tem a fama de ter bons restaurantes, né? Tem muitas atrações noturnas. Você concorda com isso?

– Eu concordo, sem dúvida! De segunda a segunda você encontra baladas,  clubbings, night clubs e que você simplesmente sai às 6 horas da manhã

numa tranquilidade tremenda. Eu acredito que no Rio de Janeiro também… é que você não conhece!!!

–  É, pode ser. Pode ser. Mas eu também estou levando em consideração amigos que conversam comigo e eles gostam, né?! De boate, de vida

noturna e ele às vezes reclamam. Eles às vezes falam: “caramba.. Rio de Janeiro.. falta um pouco de opção.” E eu sinto que em São Paulo não é assim, né?! Você tem opção todos os dias.

– Sim, todos os dias nós temos opções. E uma coisa bem interessante que você falou “boate”. “Boate” em São Paulo tem uma outra conotação. Tem um

outro significado.

– Sério?!

– “Boate” em São Paulo é outra história.. a “casa das primas”, digamos…

– Eita! Então falei besteira aqui! Interessante você falar isso, Laylla porque cai no outro assunto que são as diferenças, né? De palavras como essa, por exemplo. Aqui se você fala boate não tem essa conotação. Mas interessante!

Em São Paulo vocês usam algumas palavras que no Rio a gente não usa, por exemplo. Vamos fazer uma brincadeira? No Rio de Janeiro Traffic Light. Traffic Light a gente conhece como “sinal”. E como que você falaria traffic light em São Paulo?

– “Farol”. O farol está aberto, o farol está fechado.

– Olha que interessante. E aqui a gente fala “sinal”. Outra palavra que em São Paulo é muito diferente daqui e isso é motivo de discussão, inclusive, entre

cariocas e Paulistas: cookie. No Rio de Janeiro a gente fala “biscoito” como que é em São Paulo?

– Olha… “bolacha, bolacha”. Mas eu acho que no Rio de Janeiro vocês falam “biscoito”

– Uhum. “biscoito”, isso aí!

– Aqui é “bolacha, bolacha”.

– Meu Deus! Mas tudo bem! Você trouxe outra questão interessante.

Aqui é “biscoito. Apesar da palavra ser escrita com “s” no Rio de Janeiro o “s” muitas vezes tem esse som de “X” o que também é uma diferença muito interessante entre Rio e São Paulo, né? Existem vários outros casos. Por

Exemplo, “United States’ eu falaria Estados Unidos. Como que você falaria?

– Estados Unidos. É o Estados Unidos tímido.

– Aqui tem esse som bem puxado do “X”. E existe também um outro sanduíche muito famoso na culinária do Rio e eu acredito que na de São Paulo também,

Né? É o grilled ham and cheese. No Rio esse sanduíche se chama “misto quente”. Como que é o nome desse sanduíche em São Paulo?

– Misto quente!

– Ah, isso é muito legal.

– É muito!

– Essa diferença disso tá que ela também está na letra “R”. Concorda?

– Claro, sem dúvida.

– Aqui no Rio door a gente fala “porta, porta” como que é em São Paulo?

– “Porta, porta”

– Good afternoon? “Boa tarde” como que você dá “boa tarde” em São Paulo?

– Boa tarde, boa tarde!

– Muito legal, muito legal. Nós estamos tão próximos, né? Rio de Janeiro, São Paulo.

– Extremamente próximos.

– E tem tantas diferenças. Para finalizar Laila além dessas diferenças tem uma outra coisa muito engraçada que acontece, que é o seguinte: o brasileiro têm por cultura de uma forma geral cumprimentar outras pessoas com beijinhos na bochecha, correto? No Rio de Janeiro, por exemplo, se eu vou cumprimentar se você estiver chegando no Rio de Janeiro eu vou te cumprimentar com dois beijinhos, né? “Beijinho” é a palavra “beijo” no diminutivo. Então eu vou te cumprimentar com dois beijinhos: um em cada lado da bochecha. Se um carioca for cumprimentar uma Paulista com dois beijinhos na bochecha, o que vai acontecer?

– Um afastamento! Bem o Paulistano ou Paulista ele.. bem, o Paulistano geralmente ele complementa com apenas um beijo… se ele não te der um aperto de mão. “der um aperto de mão”.

– Então, conclusão: se o carioca for cumprimentar uma Paulista com dois Beijinhos vai passar vergonha!

– Ele vai passar vergonha. Ele vai ganhar um aperto de mão.

– Então, conclusão: em São Paulo as pessoas só cumprimentam com, quando não for aperto de mão, com um beijo na bochecha

– Com um beijo na bochecha.

– apenas um, né?

– apenas um. Por favor, gente.

– Então, pessoal. Vocês que estiverem ouvindo essa entrevista. Quando vocês vierem para o Rio de Janeiro são dois beijinhos, um em cada lado da bochecha. Se você estiver indo para São Paulo apenas um beijinho para não passar vergonha. Concorda?

– Concordo!

– Layllla, muito obrigado. Eu gostei muito dessa conversa, dessas diferenças de

cultura. Obrigado por ter aceitado participar.

– Eu que agradeço.

– Fique à vontade. Pode dar o seu recado final para o pessoal te visitar nas suas mídias fica à vontade.

– Bem gente, muito obrigada. Muito obrigada, Uncle, mais uma vez… Rodrigo…

Professor… e deixo aqui o meu contato de redes sociais que é o arroba

portuguesing underline (@portuguesing_) e lá vocês vão encontrar dicas de português e algumas atividades diferentes, algumas brincadeiras. Muito obrigada .

-É isso, Laylla. Obrigado a você mais uma vez, tá bom?!

– Então, pessoal. É isso. Esse foi o episódio de hoje, espero que vocês tenham gostado e não se esqueçam de compartilhar esse episódio com alguém que esteja estudando português ou com alguém que também seja apaixonado pela cultura brasileira. Até a próxima, pessoal. Um abraço.

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